O sagrado e o profano
Luciano Palm
Quando eu era criança e fazia minhas orações noturnas lembro-me que três pedidos eram recorrentes, “faça com que eu não morra nunca, que eu consiga ficar rico e que tenha uma boa mulher ao meu lado”. Na inocência da infância, Jesus e Maria eram também a minha família, minha família celestial, existiam para mim como existe qualquer pessoa a minha volta, porém, com os requisitos sagrados (onisciência, onipresença e onipotência) próprios de uma divindade. Eram presenças celestiais que me acompanhavam, confortavam e me davam força.
Não pretendo aqui discutir minha fé ou a existência de Deus. Apenas recordo que aquela crença me fortalecia sobremaneira. Mas de onde vinham essa força e esse poder? Não necessariamente dos seres celestiais, mas de minha fé, era minha a crença que me fortalecia. Desse modo, há algo de sagrado no próprio ser que crê, basta que se encontre tal força em si mesmo para que toda órbita celeste perca sua sacralidade. Oh, grande presença, fortaleza de espírito e equilíbrio, guie estes passos que as vezes cambaleiam em sua sagrada e profana humanidade.
Espero que teu terceiro pedido tenha sido atendido. Se a fé te fortalece nunca deixe de acreditar que, para mim, o melhor lugar do mundo é no aconchego do teu abraço.
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