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terça-feira, 18 de junho de 2013

Professor, qual é a fé que você proFEssa?
Luciano Palm
           Em meio a tantas teorias, fórmulas, conceitos, tecnologias, projetos educacionais; talvez tenhamos esquecido de um mínimo detalhe que faz a máxima diferença no que diz respeito à educação: dos professores. Não me levem a mal, mas os burocratas de gabinete, que formulam suas políticas públicas e privadas enfurnados nas masmorras de suas salas, precisam entender que nenhuma teoria educacional e nenhuma tecnologia ultra-, hiper-, mega-sofisticada poderá, por si só, proporcionar uma educação genuinamente de qualidade se os professores e os estudantes não estiverem motivados, entusiasmados e realizando suas atividades com FÉ, ou seja, acreditando no que estão fazendo e vendo nisto uma ação significativa para si, para suas comunidades e para o mundo.
            A "fé" da qual falo, não consiste numa fé religiosa, dogmática e cega, mas numa fé esclarecida na capacidade humana de transcender, isto é, superar as suas limitações, superar os erros do passado, (literalmente: "ir além") continuar a construção da grande teia da vida, buscando a harmonia e o equilíbrio entre todos os membros desta grande aldeia global. Contudo, o que dizer do verdadeiro vale de lágrimas, para não dizer do pântano de lamentações e lamúrias, que se tornaram nossas escolas, especialmente as públicas? Socialmente, ser professor no Brasil hoje se tornou uma atividade profissional para dois tipos de indivíduos em especial: os loucos revolucionários que acreditam que podem mudar o mundo (nem que seja o mundo de sua comunidade) e aqueles que não tendo qualificação suficiente para fazer algo mais rentável, acabam fingindo serem professores. Que tipo de ânimo professores que vivem se arrastando, reclamando de tudo, mas também sem atitude alguma, sem ao menos fazerem uma leitura mínima a um ser pensante, o que dirá de um professor? No entanto, lembremos que desde há muito a educação já extrapolou os muros da escola e tomou as ruas do mundo.
          Todos os espaços sociais são, por excelência, espaços educativos. Então, uma horta, uma oficina mecânica, uma propriedade rural, um escritório de engenharia ou arquitetura, um estabelecimento comercial, todos estes são excelentes espaços pedagógicos, basta que tenha ali um bom professor que construa a ponte ou estabeleça a conexão entre a situação prática e os saberes acumulados pela tradição. Isto não significa que as salas de aula devam ser extintas, mas cada vez mais os conhecimentos ministrados dentro de uma sala de aula, precisam estar conectados com os acontecimentos do mundo ou servindo para melhor compreendê-los. Enquanto esta questão não for devidamente compreendida por todos nós, as escolas continuarão a ser um barril de pólvora prestes a explodir e seus egressos analfabetos funcionais incapazes de resolverem problemas que sequer conseguem visualizar e entender.

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