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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A dança

A dança
Luciano Palm
           A dança cósmica segue o seu bailado. Átomo, partícula, sub-partícula, quantum... quanto macro e quanto micro em todo este cosmo. E além deste, tantos outros além do fenomênico espectro aparente, que tal miragem se estampa diante os olhos se insinuando de realidade. O Todo pulsa em pura energia, que se desdobra em infinitos modos, inclusive este: material, físico, corpóreo, mental, psíquico, emocional e intelectual. Nossa ciência ocidental mergulhou fundo em busca do conhecimento do mundo manifesto (fenomênico), o resultado último foi o desenvolvimento e o consequente domínio da racionalidade técnico-científica e da tecnologia.
      Em seus últimos saltos, sobretudo a partir da Teoria da Relatividade e das investigações em Física Quântica; uma velha companheira, que desde tempos mitológicos não dava suas caras, voltou à cena: a dúvida, a incerteza. Verdades duramente construídas por séculos, agora pairam sob solo incerto e duvidoso. Contudo, não há nada a lamentar, talvez pudéssemos e possamos ser mais sábios no uso de nossos saberes, mas absolutamente nada está perdido ou se perdeu. O caminho está totalmente aberto, por vezes turbulento, intempestivo, confuso, mas intenso e fértil. 
            É dança, é jogo, é brincadeira... e nós sejamos crianças a criar e a brincar esta brincadeira da vida como a coisa mais séria, encantada e plena deste mundo! A partir deste momento aprenderemos que a matéria é apenas a expressão de algo mais fundamental que vibra dentro, fora e em toda parte... e além das partes do possível e do impossível, segreda silenciosa e harmonicamente que o caos e o cosmo são apenas um par a dançar uma mesma dança, a dança cósmica primordial (divina por excelência); e nós, mesmo que profanos no enredo desta dança, sejamos divinos na busca pelo Divino que há em nós e no Todo.
            Em nossa busca científica mergulhamos fundo no espelho da realidade, alcançamos o auge do conforto material (é bem verdade que não universalmente e com vários desdobramentos desagradáveis), e acabamos por nos reconhecer mais com a imagem refletida do que com o observador que produz a imagem. Talvez seja chegado o momento de, mais do que conhecer, sermos o observador atento a si mesmo e de sua presença no Todo. Para tanto, dancemos: consciência do corpo, consciência das emoções, consciência da mente... e o resto é fruto da criação universal. Então, dancemos a dança cósmica em luz, som, ritmo, movimento, imobilidade, forma e conteúdo!

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