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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Inocência culpada

Inocência culpada
Luciano Palm
          O erro é um direito humano. Todos eramos na vida, os ignorantes, com sua visão limitada devido a sua ignorância, acreditam terem errado pouco, e, os completamente estúpidos, desprovidos de qualquer juízo, acreditam nunca terem errado. Alguns erros são equívocos que cometemos por descuido ou desconhecimento e depois nos lamentamos e até nos envergonhamos por os termos cometido, outros são os chamados erros de boa intenção, estes são aqueles que fazemos visando um bom e nobre propósito, mas nos equivocamos nos meios de o realizar, entre estes podemos enfatizar os erros cometidos por pais contra seus filhos ou de professores contra seus alunos. Dificilmente um pai ou uma mãe fará algo para os seus filhos com a intenção declarada e consciente de os prejudicar, o mesmo podendo se dizer de professores em relação a seus alunos, contudo, estes erros também acabam acontecendo, e, estes não são poucos nem raros, mesmo que involuntários.
          É exatamente sobre estes erros de boa intenção que gostaria de refletir, principalmente daqueles cometidos pelos pais contra seus filhos. Pois, se é verdade que os pais sempre querem o melhor para seus filhos, nem sempre este melhor coincide com aquilo que os filhos querem ou desejam para si, aí se dá o impasse. Os pais, não raras vezes, estampam no horizonte de seus filhos seus sonhos não alcançados, objetivam que seus filhos realizem aquilo que eles não conseguiram realizar, que tenham o sucesso que não conquistaram. Certamente todas estas intenções são nobres e visam a uma suposta boa causa, a felicidade dos pequenos que nunca crescerão aos olhares paternos, mas são igualmente cruéis, pois, obrigam os filhos a abandonarem seus próprios sonhos para desfrutarem da aprovação dos olhares de seus progenitores ou então, amargarem uma eterna e dolorida desaprovação.
          Todos precisamos aprender, os filhos devem saber que seus pais são apenas crianças, assim como nós, nesse imenso jardim que é o mundo, e, os pais, que seus filhos não tem qualquer compromisso que não seja realizarem e construírem suas próprias existências, com as dores e os prazeres possíveis a qualquer mortal. Assim é a vida companheiro, uma condenação sem culpados, uma viagem com passagem só de ida, uma fantástica experiência em que todos tentamos ser felizes, até que bem tarde, na reta final descobrimos que a felicidade é reflexo no espelho, é sombra, é rastro... onde ela está, não estamos, e, onde estamos, ela não está.

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