Eu nunca quis este Admirável Mundo Novo
Tatiana Palm
Comecei o ano com o conhecimento da existência de novas coisas (que se um ser comum tivessem me contado, certamente, não acreditaria) Me assustei! Talvez o melhor mesmo fosse nunca tê-las sabido. E sabendo, o que posso mudar? Nada! Continuo existindo e me esforçando por significar meu entorno. No primeiro dia do ano de 2012 (ano do possível fim do mundo ou do inicio de uma nova Era) descobri que vivencio a febre dos nutricosméticos - os produtos de beleza comestíveis-. Consumimos pílulas para dormir, para ser feliz e, agora, para a pele, cabelos e unhas. É o “soma moderno“. Quem nos garante que não produzirão o soma que inibe as emoções dissipando as dúvidas e inseguranças humanas? E, com o consumo das pílulas milagrosas, temos a possibilidade de morar em casas flutuantes, fortemente fixadas e modernamente construídas com aço e ferro (é uma realidade já existente -na Holanda- que surgiu para solucionar problemas climáticos). Casas que futuramente podem ser cuidadas ou vigiadas por aviões-espiões que, como foi anunciado no primeiro dia deste ano, já estão sendo testados para serem utilizados como um instrumento de caça (dos bandidos) e também como um modo de vigilância dos homens comuns em lugares públicos e comuns. (É claro que, como em toda invenção benéfica, logo lhe será atribuída uma função maléfica).
As casas poderão ter como cozinheiros e faxineiros robôs. Aliás, já é uma realidade na Coréia do Sul professores-robô. Sim, está foi a outra novidade que elegi como chocante: ter uma central de controle (similar aos espaços de telealguamacoisa) onde aulas são ministradas computador e, no lugar do professor, em sala de aula, está um robô, professando as verdades e suas justificações ou as lições de gramática. A relação humana (professor-aluno) será esporádica. Sua utilidade será confirmar a informação de que ainda não fomos dominados pelas máquinas já que por trás do robô ainda há uma pessoa de carne e osso ditando os comandos. A casa flutuante também poderá se tornar uma casa inteligente, pois, é obediente aos comandos feitos pelo pensamento do morador. Está em teste o uso de um aparelho que chamo de “capacete moderno” capaz der captar pensamentos que ordenam uma ação. Ah! Não posso esquecer que os futuros soldados podem ter sua força dobrada ou triplicada em um combate desde que façam o uso de uma armadura de ferro ou metal ou sei lá o que, capaz de se moldar ao corpo e acompanhar o seu movimento. Sim! É verdade! Nossos futuros soldados se parecerão com super heróis.
Mas, além de sermos defendidos por super soldados e vigiados-protegidos por aviões-espiões poderemos comer alimentos produzidos sem o sol e a terra. Seria inacreditável se isso não existisse efetivamente, mas, fato é! Sim, me fizeram ver as fazendas do futuro onde os alimentos podem crescer sem o sol e terra, sem pragas e agrotóxicos, mas enriquecidos com substâncias necessárias a saúde humana (que saúde? não sei). Por fim, as casas flutuantes e os moradores do futuro poderão pertencer a um país criado no meio do oceano. Há americanos dispostos a criar um país no meio do Oceano Pacífico, com o objetivo de construir uma “nova sociedade”, experimentando novos modelos políticos e, por que não, novos modos de condicionamento psicológico e biológico para que os homens do futuro não sofram com a violência ou crimes. A estes humanos não será ensinada a nossa história, mas uma versão mais atualizada que, talvez, possa conter um outro desfecho da vida e morte de Hitler, por exemplo. Sim!! Tudo soa estranho, mas está aí! Um país no meio do mar …. E não seria a representação da Ilha (de Huxley)? E não teríamos na Ilha o Admirável Mundo Novo?
Este é o nascer do ano novo, no horizonte o admirável mundo novo, e, eu aqui, com minhas inquietações existenciais e pouco disposta a fazer parte de tudo o que já existe e que ainda está por vir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário